Aconteceu no Centro Cultural de Brasília (CCB), na última sexta-feira, a primeira roda de conversa temática mensal, organizada pelo OLMA

Aconteceu no Centro Cultural de Brasília (CCB), na última sexta-feira, dia 18 de março de 2022, a primeira roda de conversa temática organizada pelo OLMA (Observatório de justiça socioambiental Luciano Mendes de Almeida).

Neste mês de março falamos sobre temas relacionados ao mês do Dia Internacional da Mulher.

Estas rodas de conversa tem como intenção debater temas que são trabalhados no observatório, mensalmente, e que são pertinentes para o conhecimento e informação da sociedade.

Para esta roda, gratuita, foram convidadas especialmente todas as pessoas que trabalham no CCB e todas as organizações que convivem no espaço. Além de também estar aberta (como todas as demais do ano) ao público externo em geral.

A roda de conversa foi dividida em três partes.  

No primeiro momento as pessoas presentes foram convidadas a escolher, entre imagens espalhadas no chão, aquelas que mais a “tocavam” por algum motivo. Depois se apresentaram e conjuntamente falaram sobre esta escolha.

Uma das imagens mais escolhidas foi a imagem que dizia que “As mulheres são como as águas, crescem quando se encontram”. Outras  foram as que refletiam sobre os padrões de beleza e de corpos que a sociedade impõe para as pessoas. Também falaram sobre a luta das mulheres trans, entre diversos outros temas que as imagens propunham.

Para a atividade convidamos Helena Rosa, militante do movimento negro e que atualmente atua como pedagoga no Coletivo das Cidades.[*1]



Helena começou o segundo momento com esta frase “Se o desamor está na ordem do dia, o amor é revolucionário”. Ela nos  trouxe diferentes assuntos, como ao falar que “A principal característica do racismo e a desumanização das pessoas” e também que “as mulheres negras são a base desta opressão”.

Helena também nos convidou a sair do lugar da dor, a partir da perspectiva do reconhecimento da importância da nossa ancestralidade. Pensar o Brasil pela linha das pessoas escravizadas. Nos convidou a pensar em África, na sua grandiosidade e nos seus mais de 10 mil anos de sabedoria e de poder do povo africano.

Ela falou também que quando pensa em amor, pensa em subir novos caminhos. Nos convidou a reaprender a história, a buscar outras formas de conhecimento… Como por exemplo o conhecimento africano, o conhecimento dos povos indígenas. A ter “afro-perspectivas”, um dos termos usados.  E falou do contraponto da violência, por meio do amor. Então ela está sempre nos convidando a pensar o amor como este meio de sair do espaço de dor e violência.

O amor, na perspectiva que ela traz é o amor de forma comunitária. Rosa, nos traz a ideia do UBUNTU = Eu sou porque nós somos.

Como terceiro e último momento tivemos uma outra rodada de discussões, desta vez a partir da escolha de frases do texto ” Vivendo de Amor” da autora Bell Hooks (pdf no link https://bit.ly/3qqzi6L)[*2] . E finalizamos com ótimas falas sobre como saímos desta roda de conversa.

Esta roda, como dissemos, foi a primeira das rodas mensais que o OLMA promoverá ao longo de 2022. Sempre gratuita e também aberta ao público externo. O tema de abril é a causa indígena. Anunciaremos a data no facebook do observatório. Nos acompanhe: https://www.facebook.com/olmaobservatorio

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[*1] Conheça melhor Helena Rosa: 29 anos. Candomblecista. Pedagoga formada pela Universidade de Brasília (UNB). Pesquisadora na UNB, no NEAB (Núcleo de Estudos Afro Brasileiros) e no GEPEG (Grupo de Pesquisa e Estudos sobre História Brasileira e Africana).
Professora e educadora social. Atualmente atuando em um OSC chamada Coletivo da Cidade, na Cidade da Estrutural. Trabalha com crianças e adolescentes.
É militante do movimento negro. Coordenadora do Fórum de Juventude Negra do Distrito Federal. Coordenadora do núcleo de Brasília na Rede Nacional de Ciberativistas Negras.

Além de muitos estudos sobre o tema, escreveu artigo com o professor Anderson Flor do Nascimento (da Filosofia Africana da UNB) sobre a convergência entre o pensamento Freireano e, a Pedagogia Antirracista da Bell Hooks.

[*2] PDF com o texto da roda também no link: https://olma.org.br/wp-content/uploads/2022/03/Vivendo-de-Amor-Bell-Hooks.pdf

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