Primeiro Diálogo sobre a Economia de Francisco e Clara na Rede de Promoção para Justiça Socioambiental- BRA

Aconteceu no último dia 3 de maio, às 15h, de forma online, o primeiro Diálogo entre as obras sociais vinculadas a Rede de Promoção para Justiça Socioambiental da Província dos Jesuítas do Brasil (RPJSA), que apoiam ou desenvolvem projetos no campo da geração do trabalho e renda. A iniciativa é protagonizada pelo Observatório Nacional de Justiça Socioambiental (OLMA), com apoio do Programa MAGIS Brasil e do Escritório de Mobilização de Recursos da Província.

É importante descartar o movimento inédito e pioneiro de trabalho em rede desencadeado nesta inciativa, que reúne importantes frentes apostólicas.

O primeiro encontro, versou sobre Economia de Francisco e Clara, contando com a participação especial de jovens que compõem a Articulação Brasileira de Francisco e Clara e fundadores da EFV – Educação Financeira para a Vida (Augusto Luis Pinheiro Martins e Ana Carolina Fernandes Alves), assim como representantes da assessoria da Cáritas Brasileira (Marcela Vieira). Estavam presentes diferentes núcleos da Fundação Fé e Alegria, Projeto Oficinas Achientanas (OCA), Centro Santa Fé, – Serviço Amazônico de Ação, reflexão e Educação Socioambiental -SARES, Tecno-Sociais da UNISINOS, o Centro Alternativo de Cultura – CAC e integrantes das equipes organizadoras.

O principal objetivo desta iniciativa é gerar maior coesão e conhecimento entre as ações desenvolvidas no âmbito da geração de trabalho e renda dentro do copo apostólico e assim, poder identificar demandas e desafios comuns, que podem ser abordados futuramente, de forma coletiva.

 

O encontro

A música e a oração deram início ao encontro com o acolhimento proposto pelas colegas do MAGIS. Em seguida, o secretário executivo do OLMA contextualizou a necessidade de fortalecermos as redes entorno da temática da geração do trabalho e da renda:

  • – Existe um chamado explicito do Papa Francisco e da igreja como um todo, para reanimarmos a economia, através da Economia de Francisco e Clara;
  • – As análises de conjuntura, sistematicamente produzidas pelo OLMA e os centros sociais que lhe compõe, apoiam para uma agilização do desemprego, da precariedade, da fome e da miséria, no segundo semestre de 2021, por conta das consequências da pandemia e outros elementos estruturais prévios a ela, como reformas, políticas públicas mal formuladas e emendas constitucionais que precarizam a estabilidade social do emprego e da renda;
  • – Uma disposição institucional interna a Província de desencadear um processo coletivo de mobilização de recursos em prol a maior sustentabilidade de suas obras.

Nesta perspectiva, somos chamados a olhar objetivamente para buscar responder a estas demandas. Somos chamados a olhar essa conjuntura com o desafio de alinhamento junto a Economia Solidária e a Economia de Francisco e Clara. Assim, partimos das ações que a Companhia desenvolve no âmbito da geração de trabalho e renda buscando ampliar nossa atuação conjunta através da provocação: “O que estamos precisando para dar fôlego para geração de trabalho e renda? Para ajudar quem está envolvido com as nossas obras?

Para iniciarmos essa reflexão contamos com convidados especiais que ao longo de 30 minutos expuseram suas análises sobre esses campos, projetos e demandas da realidade concreta:




    • Augusto Luis e Ana Carolina. Assista este momento expositivo aqui, a partir do instante 21:35:00 ao instante 53:00:00 do vídeo: [link do vídeo: https://drive.google.com/file/d/1M5rz3OB1IFkm6MGhLD1ygAbWxfONbGJo/view?usp=sharing]
      • Aqui, slides apresentados por Augusto Luiz e Ana Carolina neste momento: [link para os slides: Economia de Francisco Jesuítas] + algumas imagens dos slides:
    • Marcela Vieira. Assista este momento expositivo aqui, a partir do instante 54:00:00 ao instante 1:08:40 do vídeo: [link do vídeo: https://drive.google.com/file/d/1M5rz3OB1IFkm6MGhLD1ygAbWxfONbGJo/view?usp=sharing].
      • Aqui, slides apresentados pela Marcela Vieira neste momento: [link para os slides: Apresentação Cáritas – OLMA] + algumas imagens dos slides:



Após este momento, passamos para uma rodada de diálogos, perguntas, interlocuções em rede mediada pelas colegas do Escritório de Mobilização de Recursos. Surgiram muitas colaborações interessantes, começando por Aurilene Silva (CAC) que nos trouxe um trecho do poema de Zé Vicente – poeta nordestino, sonhador, cantor das comunidades:

“Há milhões em agonia, sem qualquer consolo, sem qualquer alento.
Urgente se faz afagar a vida ferida como está.”

Continuamos falando sobre a Economia de Francisco e Clara e sua comunhão com a voz, rosto e cor ao fazer do fazer e do ser “mulher”… Que inclusive “são as primeiras a sofrer, mas também as primeiras a gerar, nutrir as economias, de afeto, de alegria, de amor…”

Também surgiu neste momento, entre outras, a questão: “Como inverter essa lógica econômica [capitalista, que está aí posta no mundo], visto que parece ser uma forma em que todos necessitam ‘caber’, inclusive os jovens que muitas vezes não se identificam, mas ao mesmo tempo se veem sem opção ou mesmo desesperançados?

Ana Carolina, uma de nossas palestrantes juntamente com Augusto Luis, nos fala neste momento sobre como é importante partir do que se é possível fazer, mesmo que pequeno:

“As vezes algo simples, que você pode ensinar pra alguém [como a ação de economia financeira que desenvolve] pode transformar aquela vida! Isso é economia. Economia não são só coisas grandes, são também coisas pequenas do dia a dia….” E o jovem ”precisa ser olhado e escutado. E sua realidade precisa ser atendida, e aí você entende o que precisa fazer.”

Augusto complementa dizendo que também é “dar voz a eles [ao povo pobre], fazer com eles”. E continua falando que também para o trabalho junto a juventude das obras sociais da Província Jesuíta é importante a seguinte provocação de um antigo professor seu:

“Ouse criar! Não tenha medo. Ouse criar. Deixar a criatividade solta e a gente pagar o preço da gente criar algo novo.” (…) “Deixe o povo criar, criar novas alternativas”.

Ele termina falando que cabe aqui, para este primeiro encontro, termos a ousadia de criar coisas novas. E o quanto é bonito ver que estamos em diferentes lugares e todos conectados nesta causa comum.

Após este momento então foram feitos os encaminhamentos para o nosso próximo encontro e o momento de “envio”, com nova mística e oração, protagonizada pelo MAGIS Brasil.

O próximo encontro está previsto para 31 de maio, ás 14h (horário de Brasília), onde avaliaremos de forma concreta e objetiva as principais demandas assinaladas pelas obras participantes.

 

 

 

Texto OLMA.

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