Um evento voltado à troca de experiências e que buscou promover o fortalecimento do trabalho em rede, bem como uma reflexão crítica sobre as práticas das obras jesuítas nas áreas de assistência social e educação popular. Assim foi o Seminário sobre Justiça Socioambiental e Políticas Públicas, realizado nesta terça-feira (18/9), no campus Unisinos São Leopoldo.

Promovido pela rede Local de Promoçã o da Justiça Socioambiental de Porto Alegre e São Leopoldo, a partir de uma comissão organizadora composta por integrantes do Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida, do Centro de Cidadania e Ação Social da Unisinos (CCIAS) e do Núcleo de Fé e Alegria do Brasil de Porto Alegre, o evento reuniu representantes de diversas unidades jesuítas de Porto Alegre, São Leopoldo e Pelotas.

De acordo com o coordenador do OLMA, Luiz Felipe Lacerda, o evento começo u a tomar forma há dois anos, a partir da criação de um núcleo formado entre as unidades de Porto Alegre e São Leopoldo, vislumbrando o desenvolvimento de um trabalho cooperativo e em rede. “Esse grupo começou a se organizar a partir de um Seminário de Justiça Socioambiental que aconteceu em 2016 e dele se resultou um grupo de trabalho, que se reuniu ao longo de 2017 e, com o apoio do Observatório, desenvolveu esse seminário. O encontro teve dois grandes objetivos: o primeiro, foi aprofundar cada vez mais o autoconhecimento entre as obras, indo ao encontro de um movimento que a Província dos Jesuítas do Brasil vem provocando em todo o país, no sentido da troca de conhecimento mútuo e do trabalho em rede; já o segundo objetivo, foi conhecer melhor o conceito de Justiça Socioambiental e como ele se correlaciona com as políticas públicas que nós trabalhamos nas bases, seja na área de assistência social ou de educação popular”, detalhou.

Presente na abertura do seminário, o reitor da Unisinos, Pe. Marcelo Aquino, salientou a importância do trabalho da ação social para a superação das adversidades, usando como mote a crise política e econômica atual do país. “Vemos a riqueza de vários componentes culturais que temos aqui nessa sala e a disposição que todos têm em fazer algo bom. A primeira palavra que quero dizer a vocês é a gente não desalentar com o Brasil. Precisamos canalizar o que temos de bom para a construção de uma casa comum melhor”, disse o jesuíta.

Logo após a abertura do evento, os participantes foram convidados a compartilhar de uma atividade batizada de ‘metodologia carrossel’, na qual circulavam por diversas salas para exposição do trabalho de cada centro e obra social presentes no seminário. Em seguida, todos partilharam de um almoço cultural, com refeição preparada por grupos de Economia Solidária e a apresentação de dança de um dos projetos que integram o CCIAS Unisinos.

No período da tarde, o Diretor de Assistência Social da ASAV e Secretário para a Justiça Socioambiental da Província dos Jesuítas do Brasil, Pe. José Ivo Fohlmann, apresentou os elementos que fazem parte do conceito de Justiça Socioambiental e como o mesmo se insere no dia a dia dos centros e obras sociais. “O DNA jesuíta é organizado em torno do serviço da superação das desigualdades, de ver Deus em tudo e do protagonismo dos sujeitos. Estamos inseridos em uma sociedade extremamente desigual e, diante disso, consideramos o conceito de Justiça Socioambiental o mais correto para retratar esse trabalho de busca pela superação dessas desigualdades. Esse encontro nos mostra que estamos participando de inserções em diferentes campos e, dessa maneira, podemos nos dar conta como somos potencializáveis quando nos conhecemos e trocamos experiências mutuamente”, frisou Pe. José Ivo.

Dando continuidade ao seminário, a representante da Diretoria de Assistência Social da ASAV, Vandrizi Santini, apresentou uma retrospectiva a partir da implantação da Diretoria no ano de 2007, que, ao longo dos anos, “desenvolveu uma metodologia participativa e de diálogo com as respectivas coordenações e equipes técnicas dos centros e obras jesuítas, ressignificando os projetos desenvolvidos para que contemplassem a política de assistência social, mas mantendo seus focos de atuação e atendendo a missão”.

Ao término das apresentações, foi aberto um pequeno espaço para perguntas e roda de conversa entre os participantes, que resultaram em uma avaliação e encaminhamentos sobre a troca de conhecimentos feita ao longo do dia, visando o trabalho em rede e o processo de colaboração interinstitucionais.

Fonte: Assessoria de Comunicação ASAV

Fotos: Matheus Kiesling/ASAV