II Encontro da Rede de Promoção da Justiça Socioambiental de São Paulo (23 a 25/7/18)

Imagem ilustrativa de encontro anterior: http://www.centrosantafe.org.br/last/encontro-da-rede-de-promocao-da-justica-socioambiental-de-sao-paulo-promovido-pelo-o-observatorio-nacional-de-justica-socioambiental-luciano-mendes-de-almeida-olma/

Data: 23 a 25 de julho de 2018 – Local: Projeto Oca – Oficinas Culturais Anchieta 

O encontro teve como objetivo, promover a reunião das obras sociais de São Paulo, que compõem a Rede de Promoção de Justiça Socioambiental da Província dos Jesuitas do Brasil, com intuito de partilhar experiências, fortalecer vínculos e aprofundar perspectivas comuns de reflexão e ação, conformando sistematicamente uma rede de justiça socioambiental local.

A Rede De Promoção Da Justiça Socioambiental de São Paulo novamente se reuniu em janeiro e saiu com a proposta deste novo encontro dos dias 23 a 25 de julho do corrente ano.

Constituem-se participantes colaboradores do Projeto Oca – Oficinas Culturais Anchieta, Centro Santa Fé, Fé e Alegria Grajau e Fé e Alegria Taipas em parceria com o OLMA.

Temáticas abordadas

O Seminário de Educação Popular teve como foco a pratica da educação popular e o papel do educador popular, além da espiritualidade Inaciana na Educação Popular e o papel do educador social nas obras Jesuítas.

Relato

  “Todo dia o sol levanta e a gente canta o sol de todo dia”

Iniciamos com a construção da nossa tenda e com o início da construção de uma colcha de retalhos onde foi colocado o nome e uma qualidade de cada pessoa presente.

No princípio já existia a Palavra
e a Palavra estava com Deus
e a Palavra era Deus……
a Palavra se fez homem
e armou sua tenda entre nós” ( João 1, 1.14)

Ranulfo Peloso, Professor e educador popular do CEPIS nos agraciou com a temática sobre a pratica da educação popular e o papel do educador popular

Ranulfo trouxe à memória além de Paulo Freire, Dom Helder Câmera, Dom Pedro Casaldáliga, Hugo Chávez, Pe Arturo Sosa Abascal, Sócrates, das CEBs – Comunidades Eclesiais de Base, do Movimento de Cultura Popular (MCP) e da União Estadual dos Estudantes de Pernambuco, do Diretório Central dos Estudantes da Universidade do Recife e o Centro Popular de Cultura (CPC), da Tribo UBUNTU, Irene Gomes, Gonzaguinha, Titãs, Chico Buarque. Geraldo Vandré e fez um breve histórico sobre a presença dos Jesuítas no Brasil,

Comentou também como a educação popular adota uma pedagogia, a pedagogia: Eu sei, Tu sabes e Nós sabemos.

Fez uma introdução para dizer que nosso corpo, nossa mente e nossa espiritualidade tem que estar presente em nosso encontro. O bom mesmo da educação popular é fazer educação popular.

No Evangelho diz que: Todo o poder me foi dado e eu dou para vocês.

Na Democracia: todo o poder emana do povo e para o povo deve ser exercido

Na Constituição no Artigo 1º, parágrafo único: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”.

A dimensão do coração – As pessoas aprendem quando se apaixonam, quando gostamos nos apaixonamos pelo que fazemos e pelas pessoas.

O papel do educador popular é buscar também formações através de leituras que nos fazem ver e entender o contexto: político, social, teológico e emocional e sugeriu a leitura do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, pois aponta novas questões e busca respostas para os grandes desafios de nossa época, a partir da visão do humanismo social cristão, participando, ativa e ousadamente, do debate cultural em que se configura a sociedade do futuro e nos oferece notícias em dia.

Pe José Ivo Follmann sj, Secretário para a Justiça Socioambiental da Província dos Jesuítas do Brasil e Coordenador do Olma – Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida, abordou a temática sobre A espiritualidade Inaciana na Educação Popular e o papel do educador social nas obras Jesuitas

Convidou o grupo a conhecer o Relatório de Justiça Socioambiental e identificar em qual das pontas cada obra está.

Nos disse também omo Inácio de Loyola, além de orientador espiritual, era um homem de grande espírito estratégico. Um dos pontos centrais de sua estratégia estava no compromisso radical pessoal dos envolvidos. Inácio de Loyola não escreveu livros, ele deixou um roteiro de exercícios espirituais, para cada pessoa fazer.

Existem importantes e oportunas aproximações que podem ser feitas entre, de um lado, a pedagogia inerente à espiritualidade inaciana e, de outro, a proposta do educador brasileiro Paulo Freire.

Inácio de Loyola

Paulo Freire

Dignidade da pessoa humana

Dignidade da pessoa humana

Denunciam a existência da pobreza e suas causas perversas e apontam caminhos de libertação.

Denunciam a existência da pobreza e suas causas perversas e apontam caminhos de libertação.

Os pobres estão marcados por condições estruturais concretas presentes no cotidiano de nosso convívio social.

Os pobres estão marcados por condições estruturais concretas presentes no cotidiano de nosso convívio social.

A espiritualidade inaciana nos fornece chaves importantes no cultivo permanente da coerência evangélica, apontando para a radical importância da vigilância para não entrarmos em contradição entre o nosso modo de ser e o nosso modo de fazer.

No paradigma pedagógico freireano, o nosso ser e o nosso fazer devem estar harmonicamente integrados, como ponto fundamental de uma metodologia imbuída de solidariedade concreta com os pobres.

Radical solidariedade com os sujeitos pobres.

Radical solidariedade com os sujeitos pobres.

A busca do magis inaciano sem comprometer a coerência evangélica e integração harmônica entre o ser e o fazer.

A busca do ser mais sem comprometer a coerência e integração harmônica entre o ser e o fazer.

Historicamente consagrado o Magis Inaciano.

Vocação ontológica do ser humano a ser mais.

Centralidade da pessoa humana no processo educativo e de todo processo de planejamento da ação

Centralidade da pessoa humana no processo educativo e de todo processo de planejamento da ação

Realização do melhor serviço aos outros e outras.

Realização do melhor serviço aos outros e outras.

Visão social e ética de valorização dos direitos humanos, sociais e cidadãos.

Visão social e ética de valorização dos direitos humanos, sociais e cidadãos.

Coloca o ser humano no centro identificando a sua vocação dentro das contingências e potencialidades de cada contexto.

Coloca o ser humano no centro identificando a sua vocação dentro das contingências e potencialidades de cada contexto

Ao final fez o questionamento: Qual o papel do educador social nas obras Jesuítas?

Selva França Teles, Licenciada em Educação Artística com especialização no Sistema Rio Abierto – Buenos Aires e Diretora e instrutora do Instituto Rio Abierto de Brasília abordou a temática do Cuidar de quem cuida, através de atividades com o corpo e com o lúdico possibilitou momentos de cuidados e integração entre o grupo.

Através da música trabalhou a autoestima, o cuidado, momentos de reflexão em torno do “Eu, Tu, Nós”, possibilitou momentos de ouvir e ser ouvido, momentos de confiança consigo e com o grupo. Possibilitou a importância de cuidar de mim e cuidar do outro.

O grupo teve oportunidade também de rever os encaminhamentos feitos em janeiro/ 2018 e tem a proposta de um trabalho em conjunto em 2019 a ser construído.

O encontro foi encerrado com muita alegria com a poesia de Cris Pizziment “Sou feita de retalhos. Pedacinhos coloridos de cada vida que passa pela minha e que vou costurando na alma. Nem sempre bonitos, nem sempre felizes, mas me acrescentam e me fazem ser quem eu sou.

E a missão continua…


Conheça um pouco mais a programação:

23/07 – Segunda-feira

7h30 – Saída do Centro Santa fé

8h00 – Café da manhã

8h30 – Abertura – Oração da manhã

9h00 – Educação popular – Ranulfo Peloso – CEPIS – SP

10h15 – Cafezinho

10h30 – A espiritualidade Inaciana na Educação Popular e o papel do educador social nas obras Jesuitas – Pe José Ivo Follmann

12h00 as 13h30 – Almoço

13h30 – Dinâmica – FYA Grajaú

14h- A pratica da educação popular e o papel do educador popular – Ranulfo Peloso – CEPIS-SP

16h – Cafezinho

16h15 – Avaliação do seminário – Projeto OCA

 

 

24/07 – Terça – feira

7h30 – Saída do Centro Santa fé

8h00 – Café da manhã

8h30 – Cuidando do cuidador – Selva Teles França – Rio Abierto de Brasília

10h15 – Cafezinho

10h30 – Cuidando do cuidador – Selva Teles França – Rio Abierto de Brasília

12h00 as 13h30 – Almoço

13h30 – Cuidando do cuidador – Selva Teles França – Rio Abierto de Brasília

16h – Cafezinho

16h15 – Avaliação do dia – Selva

 

25/07 – Quarta – feira

8h00 – Café da manhã

8h30 – Abertura – Oração da manhã – Projeto OCA

9h00 – Planejamento de atividades em comum

10h15 – Cafezinho

10h30 – Planejamento atividades em comum

12h00 as 13h30 – Almoço

13h30 – Dinâmica – Centro Santa Fé fará a dinâmica do dia

14h- Avaliação Final e mística de envio

15h – Cafezinho e encerramento

Para acessar o relatório completo Relatória II Encontro da rede de SP 23 a 25 de julho de 2018.

 

De: OLMA