NOTA DE REPÚDIO À VIOLÊNCIA POLICIAL E EXTERMÍNIO DA JUVENTUDE

 

Leia a nota original aqui:  NOTA DE REPÚDIO



A violência e o Racismo Estrutural não podem ser justificados nem banalizados

As Organizações da Sociedade Civil e os Movimentos Populares, abaixo assinados, vêm a público repudiar a violência policial e o extermínio da juventude, de maneira mais enfática o extermínio da juventude negra.

Conforme aponta o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2021), entre os anos de 2013-2020, houve um aumento de 190% nas mortes decorrentes de intervenção policial no Brasil. Mesmo o Distrito Federal sendo a Unidade da Federação com a menor taxa de mortalidade por intervenções policiais, é importante que os poderes organizados encontrem estratégias para superação dessa violência e é dever da sociedade civil cobrar para que isso ocorra.

Ainda segundo o Anuário, 78,9% das vítimas são pessoas negras, em sua maioria jovens do sexo masculino, ou seja, o uso de medidas deliberadas , sistemáticas e calculadas para o extermínio de jovens negros evidencia que está em curso no país um processo de genocídio e criminalização da população negra, expressão máxima do racismo estrutural.

Essa realidade se repetiu recentemente no Distrito Federal, com o assassinato, em 28 de janeiro, de Gustavo Henrique, um adolescente de 17 anos, estudante, trabalhador, negro, morador de Samambaia (região periférica do DF), foi morto vítima de uma intervenção policial.

Diante disso, nós reiteramos o nosso repúdio à ação policial que tirou a vida de Gustavo e exigimos das autoridades competentes, a responsabilização dos envolvidos no caso e a devida assistência e reparação à família evidentemente pautada pela dignidade humana e seus direitos.

E ainda que seja feito um melhor preparo da PM/DF investindo em protocolos, treinamentos e práticas voltadas à proteção de crianças e adolescentes. Nesse sentido, propomos que a formação da PM seja dialogada com Organizações da Sociedade Civil, que atuem no campo dos direitos humanos e que seja adotado no DF, práticas como a adoção de câmeras em fardas e viaturas tendo em vista que também ajuda diminuir os números da violência, conforme vêm apontando os estudos recentes.

A violência e o racismo estrutural não podem ser justificados nem banalizados. Queremos políticas de educação, saúde, assistência social, esporte, cultura e lazer de qualidade.

Parem de interromper a vida dos jovens negros e garantam condições para eles, suas famílias viverem com dignidade.

ASSINAM:

  • Cáritas Arquidiocesana de Brasília
  • CEBI – Centro de Estudos Bíblicos do Planalto Central
  • CEDECA Erminia Circosta/SP – Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente
  • CEDECA/DF – Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Distrito Federal
  • CEDECA/RJ – Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro
  • Circo de Todo Mundo
  • Coletiva Filhas da Terra
  • Flamengo Antifascista
  • GPEA/UFMT – Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte
  • Grupo de oração: com Cristo
  • IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas Instituto Braços – Centro de Defesa dos Direitos Humanos em Sergipe Levante popular da juventude
  • Mercado Sul Vive
  • Movimento de Meninos e Meninas de Rua
  • Movimento de Meninos e Meninas de Rua de Palmeira das Missões Movimento República de Emaús
  • OBSERVARE – Observatório da Educação Ambiental
  • OLMA – Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida Organização de Direitos Humanos
  • Projeto Legal
  • Ouvidoria Geral da Defensoria Pública do Estado do Piauí Projeto Vez e Voz
  • RAJ/UnB – Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Raça, Juventude e Violência RUAS – Rede Urbana de Ações Socioculturais
  • SIMPAM – Sindicato dos Municipários de Palmeira das Missões SJMR Brasil – Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados
  • Torcedores Antifascistas/DF
  • VIDA E JUVENTUDE – Centro Popular de Formação da Juventude
  • VIOLES/UnB – Grupo de Pesquisa sobre Violência e Exploração Sexual e Comercial de Mulheres, Crianças e Adolescentes

 

Imagem divulgação de: https://cebi.org.br/noticias/juventude-exterminio-e-violencia/