Estudantes do Instituto Educacional Amapá Pará (IEAP), lideranças eclesiais e populares das ilhas paraenses dos municípios de Afuá e Gurupá, jovens ativistas, professores universitários e dos ensinos médio e fundamental, pesquisadores, artesãs participaram de mais uma etapa presencial do curso Cuidando da casa comum e do bem viver, realizado no último fim de semana por organizações que promovem o projeto Guardiões ambientais ribeirinhos.
O encontro aconteceu na sede do IEAP, na confluência do rio Maniva com o Furo do Chagas, arquipélago do Marajó, na divisa dos estados do Pará e Amapá, região que faz parte da Diocese de Macapá.
A Ecologia integral e a importância da Educomunicação no cuidado e na defesa do meio ambiente foi um dos temas principais da formação. Por meio de cartilhas, livros, revistas, vídeos, cartazes, faixas, experiências populares os participantes conheceram um pouco da trajetória e do papel do diálogo transformador entre educação e comunicação na preservação da natureza e na defesa da biodiversidade amazônica, a partir dos olhares e ações comunicativas de ribeirinhos e ribeirinhas.
O universitário e seminarista diocesano Vinicius Sarges, que nasceu e viveu no arquipélago do Bailique, na foz do rio Amazonas, no Amapá, conquistou a atenção das pessoas presentes, com a apresentação de uma síntese da pesquisa acadêmica que fez sobre a língua indígena Tupi, há séculos presente na linguagem do povo na Amazônia e em outras regiões do Brasil. Nomes de pessoas, pássaros, peixes, rios, árvores, lugares, fenômenos da natureza de origem Tupi estão presentes na fala, na cultura, na história, o que deixou os mais jovens fascinados com as descobertas.
No decorrer do encontro foram feitas denúncias sobre o crescimento da poluição nos rios e igarapés da região; mudanças climáticas que preocupam a população; a comercialização do açaí como produto de exportação, mesmo sendo o principal alimento do povo ribeirinho; deficiências na saúde pública e na vacinação contra a Covid; reforma nas escolas das comunidades ribeirinhas.
Na conclusão do módulo, guardiões e guardiãs renovaram o compromisso de continuar com a produção de textos, áudios, vídeos, fotos, desenhos, pinturas, cartazes, artesanatos, músicas e outras criações artísticas e comunicativas para socializar, divulgar nos meios de comunicação, postar nas redes sociais e outras mídias digitais os desafios e conquistas da vida ribeirinha. O curso e o projeto dos Guardiões são executados em parceria pelo IEAP, Rede Eclesial Panamazônica (REPAM), Observatório de Justiça Socioambiental Dom Luciano Mendes de Almeida (OLMA), Pastoral da Comunicação da Diocese de Macapá, Universidade Federal do Amapá (Unifap) e outros colaboradores.
(Oscar Filho)