A realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), entre 10 e 21 de novembro de 2025, em Belém do Pará, traz uma oportunidade histórica de liderança do Brasil no combate à crise climática e na pressão por compromissos mais ambiciosos em diminuição de emissões de gases efeito estufa.
Em 2015, a assinatura do Acordo de Paris [3] e a publicação da encíclica Laudato Si’[4], documento de diretrizes do Papa Francisco, alertavam sobre a necessidade de transformação da vida em sociedade, de modelos que perpetuam exploração e injustiça para uma nova forma de viver, baseada em uma ecologia integral com justiça, nos convocando a uma conversão ecológica profunda.
Dez anos depois, os desafios se apresentam em uma realidade urgente: aquecimento registrado de 1,55°C, em 2024, com efeitos catastróficos em desastres constantes e repetitivos [5].
Em setembro de 2025, as Conferências Episcopais do Sul Global, que representam África, Ásia, América Latina e Caribe, em articulação intercontinental, enviaram uma carta dirigida às Conferências Episcopais de Estados Unidos, Canadá e Europa, bem como à Assembleia Geral da ONU, clamando por uma atuação unificada da Igreja diante da crise climática global [6].
O documento foi assinado pelos cardeais Jaime Spengler do Brasil, presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho – CELAM [7], Cardeal Filipe Neri Ferrao da Índia, presidente da Federation ofAsianBishops’ Conferences – Federação das Conferências Episcopais Asiáticas FABC[8]e CardelaFridolinAmbongoBesungu da República Democrática do Congo, presidente do Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar SECAM [9, 10, 11 e 12].
Entre seus pontos principais, o documento destaca que a Igreja está chamada a ser “uma voz clara, firme e unida frente aos sinais dos tempos” e sublinha que a COP30 representa “uma oportunidade histórica e um kairós profético” para reafirmar o compromisso da Igreja com a proteção da criação e a defesa dos povos mais vulneráveis [10].
Em preparação para a COP30, as Conferências e Conselhos Episcopais Católicos da África, América Latina e Caribe, e Ásia, chamadas Conferências do Sul Global, apresentaram documento base de reflexão intitulado “Um chamado por justiça climática e cuidado da Casa Comum: conversão ecológica, transformação e resistência às falsas soluções” [5].
Capa do documento conjunto em preparação à COP 30 apresentado pelas Conferências e Conselhos Episcopais Católicos da África, América Latina e Caribe, e Ásia, chamadas Conferências do Sul Global [5].
Nele, estabelecem três eixos de reivindicação:
– Equidade: As nações ricas devem pagar sua dívida ecológica com um financiamento climático justo, sem endividar ainda mais o Sul, para reparar perdas e danos e promover resiliência na África, América Latina e Caribe, Ásia e Oceania.
– Justiça: Promover o decrescimento econômico e acabar com os combustíveis fósseis, interrompendo todas as novas infraestruturas e taxando adequadamente aqueles que se beneficiaram deles, inaugurando uma nova era de governança que inclua e priorize as comunidades mais afetadas pelas crises do clima e da natureza.
– Proteção: Defender os povos indígenas e tradicionais, os ecossistemas e as comunidades empobrecidas; reconhecendo a maior vulnerabilidade de mulheres, meninas e novas gerações; e a migração climática como um desafio de justiça e direitos humanos [5].
Há ainda, uma tradução em ações concretas onde os bispos instam os governos a:
– Cumprir o Acordo de Paris e se comprometer com a elevação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) para diminuição das emissões de gases de efeito estufa, em alinhamento com a meta de 1,5°C. As Contribuições Nacionalmente Determinadas são os compromissos que cada país assume, no âmbito do Acordo de Paris, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e se adaptar aos impactos das mudanças climáticas. Elas detalham os planos e metas de cada nação para atingir os objetivos de longo prazo do Acordo, que incluem limitar o aquecimento global a bem menos de 2°C, preferencialmente 1,5°C;
– Fornecer financiamento climático suficiente para apoiar comunidades resilientes no Sul Global;
– Priorizar o bem comum acima do lucro, transformando o sistema econômico em um modelo restaurador que priorize o bem-estar das pessoas e garanta condições para a vida sustentável no planeta, e eliminar gradualmente os combustíveis fósseis;
– Promover políticas climáticas e de natureza ancoradas nos direitos humanos.
– Proteger os povos indígenas, a biodiversidade e as gerações futuras;
– Compartilhar e implementar soluções tecnológicas éticas, descentralizadas e apropriadas.
– Alcançar o desmatamento zero até 2030 e restaurar ecossistemas vitais aquáticos e terrestres.
– Unir esforços para fortalecer processos multilaterais democráticos, como o Acordo de Paris, e reconstruir a confiança na cooperação e no diálogo, unindo-nos como humanidade, Norte e Sul, pelo bem-estar do planeta.
No documento, há o enunciado: “São o Sul Global e as gerações futuras que já sofrem as consequências [da emergência climática].”. Há,portanto, o reconhecimento explícito do racismo climático e seus desafios em um cenário histórico de privação de políticas públicas direcionadas a populações historicamente marginalizadas, como comunidades negras, indígenas e periféricas, que são desproporcionalmente afetadas por problemas ambientais. A crise climática exacerba os problemas cotidianamente vivenciados por essas comunidades, com maior probabilidade de intercorrências relacionadas a emergência climática afetarem pessoas negras (pretos e pardos), que vivem em territórios periféricos [5, 13].
A Quinta Carta da Presidência Brasileira, emitida em 12 de agosto de 2025, pelo presidente designado da 30ª Conferência da ONU sobre Mudança do Clima, André Aranha Correa do Lago, indica que “É hora de lembrarmos que justiça climática começa com pessoas. Que território não é apenas terra, mas memória, identidade, governança e futuro. Que ancestralidade não é passado, mas uma inteligência que orienta. Que conhecimento ancestral é vital para a sobrevivência e o florescimento da humanidade.”[14].
Em 15 de setembro de 2025, o Grupo de Análise de Conjuntura da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – Padre Thierry Linard, equipe de Análise de Conjuntura da CNBB composta por membros e assessores da Conferência, professores das universidades católicas e por peritos convidados, publicou texto de referência “COP 30: conjuntura, cenários e a contribuição da Igreja Católica” [15].
O documento traz dados científicos, derivados de publicações relevantes como o “Relatório de Síntese AR6: mudanças climáticas 2023”, do IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o órgão das Nações Unidas para avaliar a ciência relacionada às mudanças climáticas [16], para descrever os efeitos do antropoceno em contexto da emergência climática e a historicidade dos mecanismos internacionais como as Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em trajetória de percursos históricos que retomam os diálogos que culminaram no Acordo de Paris, em 2015.
O texto reflexiona sobre o contexto mundial de conflitos e o panorama dos impactos das mudanças climáticas na geopolítica global. Por fim, apresenta notável síntese de cenários para a COP 30 no Brasil, os principais temas na disputa e suas consequências e uma sessão imprescindível à sociedade civil “Como contribuir com a COP 30” [15].
De fato, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil conduziu ao longo do ano diversos momentos de experiência profunda e de reflexões, debates e aprofundamentos sobre a ecologia integral, em preparação à COP-30.O Pré-COP Norte, ocorrido em 25 e 26 de março de 2025, foi o primeiro dos cinco encontros regionais preparatórios para a COP30. Houve posterioremente a reunião Pré-COP Nordeste, em 11 e 12 de julho, em Juazeiro (BA), seguido da Pré-COP Sul de 18 a 20 de julho, em Governador Celso Ramos (SC), Pré-COP Leste, em 25 a 27 de julho, em Belo Horizonte (MG), finalizando com a Pré-COP Centro-Oeste, no dia 6 de agosto em Bonito (MS) [17, 18].
Destaco a Pré-COP 30 – Leste, em cuja Declaração Final almeja “que a COP 30, em Belém, seja um marco de escuta do grito da Terra e dos Pobres, de denúncia profética das estruturas de morte e de anúncio de novos caminhos para uma sociedade justa e com respeito à natureza. Saudamos, com esperança, a Cúpula dos Povos, onde movimentos e organizações sociais nacionais e internacionais se mobilizam por alternativas reais e por justiça climática. Que as vozes dos territórios sejam ouvidas e respeitadas nas negociações. O tempo é agora. A conversão ecológica é urgente. A justiça climática é inegociável. “Trabalhem por uma justiça ecológica, social e ambiental”. (Papa Leão XIV – Mensagem ao II Encontro Sinodal de Reitores de Universidades para o cuidado da Casa Comum realizado na PUC-Rio – maio de 2025)” [19].
Na busca pela iniciativas de escuta dos territórios, o projeto “Igreja Rumo à COP30: articulação por Ecologia Integral e Justiça Climática” congrega em sua coordenação a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a Conferência dos Religiosos do Brasil, o Movimento Laudato Si’, a Cáritas Brasileira e a Rede Eclesial Pan-Amazônica – Brasil. Inspirada na Encíclica Laudato Si’, essa articulação reúne instituições, comunidades e lideranças que querem fazer a diferença – com coragem, esperança e compromisso com a Casa Comum [4, 20].
A articulação atua especialmente com base na:
1. Articulação ampla, onde CNBB, Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) [21], Cáritas Brasileira [22], Rede Eclesial Pam-Amazônica (REPAM-Brasil) [23], Movimento Laudato Si’[24] e muitas outras organizações religiosas, sociais e ambientais caminham juntas;
2. Formação e mobilização, capacitando líderes e comunidades para atuar com consciência e coragem, levando o cuidado com a Criação para a vida real;
3. Espiritualidade e escuta, promovendo encontros, rodas de conversa, celebrações e momentos de oração, que marcam a jornada da Igreja antes e durante a COP30; e
4. Propostas concretas, inspiradas na Doutrina Social da Igreja, especialmente na Encíclica Laudato Si’, levando ideias e a visão da Igreja Católica ao debate público, contribuindo para decisões que protejam a vida e o planeta [20].
Nesse contexto, no dia 6 de outubro, às 19h, o Centro Cultural de Brasília [25], situado na SGAN 601 Módulo “D – Asa Norte, Brasília – DF, 70830-012, recebe a edição de outubro do Diálogos de Justiça e Paz com o tema“COP-30 e Cúpula dos Povos: Conseguiremos reagir à crise climática?”.
A iniciativa é uma parceria de diversas instituições: a Comissão Justiça e Paz de Brasília (CJP-DF) [26], o Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (OLMA) [27], o Centro Cultural de Brasília (CCB) [25], a Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP) [28], Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR Brasil) [29], Capítulo Brasileiro do Comitê Pan-Americano de Juízes e Juízas para os Direitos Sociais e a Doutrina Franciscana (COPAJU-Brasil) [30]. Seu objetivo é promover diálogos críticos e reflexões profundas sobre justiça socioambiental, espiritualidade, participação cidadã e cuidado com os territórios.
As convidadasDorismeire Almeida de Vasconcelos,assessora da Repam-Brasil, leiga franciscana e ativista socioambiental, integrante da Coordenação Ampliada da Cúpula dos Povos, com atuação nos movimentos sociais e ambientais do Xingu; e Luciana Abade Silveira,coordenadora de Mobilização da COP30 da Secretaria de Participação Social da Presidência da República, com quase 20 anos de experiência em comunicação ambiental debaterão a participação popular na COP 30, debaterão contando com a mediação de Luiz Felipe Lacerda. Haverá transmissão ao vivo, com participação pelos comentários, por meio do www.youtube.com/olmaobservatorio e dowww.youtube.com/cjpbrasilia.
Card de divulgação da edição de outubro de 2025 do Diálogos de Justiça e Paz.
O evento busca visibilizar a organização da sociedade civil como marco fundamental da COP30, que contará com uma edição da Cúpula dos Povos. Desde 1992, a Cúpula dos Povos se ergue como um grito de resistência, um eco das vozes silenciadas pela desigualdade. A II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio 92 ou Cúpula da Terra, realizada entre 3 e 14 de junho de 1992 na cidade do Rio de Janeiro, foi palco da primeira Cúpula dos Povos. A Cúpula foi um evento paralelo, situado no Aterro do Flamengo. Foi estruturado um espaço descentralizado para a sociedade civil, envolvendo mais de 1.800 ONGs, comunidades indígenas, quilombolas, sindicatos e outros movimentos sociais. O objetivo era dar voz e força às lutas por justiça social e ambiental, contra-hegemônicas às propostas oficiais da Conferência [31, 32].
Em fevereiro de 2025, lideranças sociais e ambientais de 16 países, como França, Filipinas, Quênia, África do Sul, Togo e Equador, reuniram-se no Rio de Janeiro em uma série de encontros preparatórios. O objetivo foi avançar na construção de uma agenda que reflita as realidades do campo, das florestas e das periferias do planeta [33, 34].
Em 06 de junho de 2025, um primeiro Diálogos de Justiça e Paz foi realizado sobre o tema com o título “COP30 e a Cúpula dos Povos”, no qual debateram Dorismeire Almeida de Vasconcelos, já apresentada, e Renata de Loyola Prata, coordenadora de advocacy e projetos do Instituto Internacional ARAYARA, bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBa), com mediação de Ana Paula Inglêz. Assista na íntegra em https://www.youtube.com/live/aXIzTv2xg6g?si=DugAe4_gJizVfTWm [35]
Na ocasião, abordou-se a mobilização da Cúpula dos Povos de Belém, cuja Carta Política já contava com 1.100 entidades subscritas, e permanece aberta à adesões, https://cupuladospovoscop30.org/manifesto/ [36], reconhecendo o papel de “Movimentos sociais e populares, coalizões, coletivos, redes e organizações da sociedade civil do Brasil vem, desde agosto de 2023, construindo um processo de convergência entre organizações e movimentos de mulheres, sindicais, indígenas, agricultores/as familiares e camponeses, quilombolas, de povos e comunidades tradicionais, de povos tradicionais de matriz africana, negras e negros, juventudes, inter-religiosos, ambientalistas, trabalhadores/as, midialivristas, culturais, estudantes, de favelas e periferias, LGBTQIAPN+, de pessoas com deficiência, de direitos humanos, de defesa da infância, adolescência e intergeracional, das cidades, do campo, das florestas e das águas”, como integrantes de um gigantesco coletivo da sociedade civil organizada que estabeleceu atividades de maneira auto-organizada para a realização da Cúpula dos Povos enquanto espaço autônomo à COP 30 da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), na Amazônia [36].
Em junho de 2025, Belém recebeu delegações de todo o mundo e se consolidou como capital da justiça climática rumo à COP 30. Com o chamado simbólico “Todos os rios levam a Belém”, a cidade sediou a Reunião Internacional da Cúpula dos Povos rumo à COP 30, reunindo mais de 90 organizações, redes e movimentos sociais de todos os continentes [37].
A Cúpula dos Povos tem por objetivo fortalecer a construção popular e convergir pautas de unidade das agendas, de maneira corajosa: socioambiental, antipatriarcal, anticapitalista, anticolonialista, antirracista e de direitos, respeitando suas diversidades e especificidades, unidos por um futuro de bem-viver [33].
O governo brasileiro vem incentivando as atividades da sociedade civil antes da COP30 [38]. Na Plataforma Brasil Participativo, organizações, movimentos sociais, redes e coletivos podem registrar eventos, oficinas, encontros, intervenções culturais, debates, assembleias e rodas de conversa que acontecerão antes da conferência.
Todas as atividades cadastradas aparecerão no mapa de mobilizações da sociedade civil e, as que receberem maior apoio até a pré-COP, 13 e 14 de outubro de 2025, poderão ganhar destaque nos canais oficiais da COP30 [39].
Articulações específicas ganharam força, como a articulação indígena, como o Ciclo COParente, coordenado pelo Ministério dos Povos Indígenas em diálogo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e demais organizações regionais do movimento indígena. O Ciclo COParente foi construído para informar e qualificar a participação de lideranças sobre os debates e negociações que ocorrerão durante a COP30. Desde o início de 2025, o Ciclo tem percorrido todas as regiões do Brasil e foi concebido para obter a manifestação das entidades regionais de povos indígenas sobre as indicações de representantes indígenas na COP30, que serão credenciados pelo governo brasileiro [40].
Em 08 de setembro, movimentos sociais e ambientais de todo o mundo lançaram um apelo à ação para um Dia Global de Ação em 15 de novembro de 2025, coincidindo com as negociações climáticas da COP30 das Nações Unidas. A convocação é para que marchas ocorram em todo o mundo, simultaneamente,como ato simbólico da integração proposta pela Cúpula dos Povos. Nas ruas de Belém do Pará, 15 mil pessoas são esperadas na grande marcha de encerramento do evento. São movimentos de todas as vertentes unidos pela justiça climática e pela exigência de mudança de sistema [41].
A Cúpula dos Povos organizou as putas em quatro eixos e bandeiras de luta que buscam transformar a realidade e construir um futuro popular que convergem parasoluções reais e urgentes, posicionando a sociedade civil, de todo o mundo, como protagonista em todos os espaços de debate da emergência climática [42].
Em 23 de setembro de 2025, no discurso do presidente do Brasil na inauguração da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, Lula diz que COP30 será “a COP da verdade, chamando a atenção dos países para a importância da entrega das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) e defendendo o financiamento climático para os países em desenvolvimento [43].
O presidente Lula defendeu seriedade dos líderes mundiais na COP30 para avançar na Agenda de Ação Climática – Foto: Ricardo Stuckert / Presidência da República [43].
Como traz a Mensagem das Conferências e Conselhos Episcopais Católicos da África, América Latina e Caribe, e Ásia, chamadas Conferências do Sul Global:
“Que a COP30 não seja apenas mais uma cúpula, mas um marco de resistência, de articulação intercontinental e de transformação real. Que seja guiada pela força viva dascomunidades, pela esperança que brota das margens e por uma Igreja em saída, profundamente sinodal, que caminha com os povos.
Inspirados tanto no legado do Papa Francisco quanto pelo chamado do Papa Leão XIVa viver uma ecologia integral com justiça, paz e coragem profético, afirmamos: nossasIgrejas do Sul Global não são apenas testemunhas da dor, mas sementes de um futuronovo. Que o Espírito nos conceda a unidade, a audácia e a ternura necessárias para continuar tecendo juntos o Reino de Deus nesta Terra ferida.”[5]
A COP30 pode representar um ponto de virada, endereçando as ações necessárias para o enfrentamento da crise climática. Lembremos que a crise climática não é futuro, é presente.
(*) Por Luiz Felipe Lacerda [1] e Ana Paula DaltoéInglêz Barbalho [2]
[1] Luiz Felipe Lacerda, secretário executivo do OLMA, coordenador da Cátedra Laudato Si’ da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)
[2] Ana Paula DaltoéInglêz Barbalho, Ouvidora do Ministério das Mulheres e presidente da Comissão Justiça e Paz
Referências bibliográficas
[3]https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_de_Paris_(2015)
[4] Carta Encíclica Laudato Si’. Disponível em:https://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papafrancesco_20150524_enciclica-laudato-si.html. Acesso em 24 set. 2025.
[5]https://www.cnbb.org.br/wp-content/uploads/test-for-pdf/As-Igrejas-do-Sul-Global-por-ocasiao-da-COP30.pdf
[6]https://www.vaticannews.va/en/church/news/2025-09/bishops-churches-global-south-appeal-un-climate-action-justice.html
[7]Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho – CELAMhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_Episcopal_Latino-Americano_e_Caribenho#:~:text=O%20Conselho%20Episcopal%20Latino%2DAmericano,Am%C3%A9rica%20Latina%20e%20do%20Caribe.&text=O%20CELAM%20presta%20servi%C3%A7os%20de,cidade%20de%20Bogot%C3%A1%2C%20na%20Col%C3%B4mbia.
[8]Federation of AsianBishops’ Conferences – Federação das Conferências Episcopais Asiáticas FABC https://fabc.org/
[9]Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar SECAM https://secam.org/
[10]https://www.cnbb.org.br/conferencias-episcopais-do-sul-global-pedem-voz-unificada-da-igreja-e-acoes-concretas-diante-da-cop30/
[11] https://secam.org/global-south-bishops-urge-un-to-put-climate-justice-at-the-heart-of-cop30/
[12] https://fabc.org/bishops-of-the-global-south-urge-un-to-uphold-1-5c-climate-goal/
[13]https://br.boell.org/pt-br/2024/08/28/racismo-climatico-sob-perspectiva-o-papel-do-g20-do-local-ao-global#:~:text=O%20racismo%20clim%C3%A1tico%20refere%2Dse,desproporcionalmente%20afetadas%20por%20problemas%20ambientais.
[14]https://cop30.br/pt-br/presidencia-da-cop30/cartas-da-presidencia/quinta-carta-da-presidencia-brasileira#:~:text=%C3%89%20hora%20de%20lembrarmos%20que,e%20o%20florescimento%20da%20humanidade.
[15] https://www.cnbb.org.br/wp-content/uploads/test-for-pdf/Analise-de-Conjuntura-Social-COP-30-conjuntura-cenarios-e-a-contribuicao-da-Igreja-Catolica.pdf
[16] IPCC, disponível em https://www.ipcc.ch/report/sixth-assessment-report-cycle/. Acesso em 15 set. 2025.
[17]https://www.cnbb.org.br/tag/cop-30/
[18] https://cnbbn2.com.br/pre-cop-norte-encerra-com-alertas-e-propostas-aos-chefes-de-estado-da-cop30-2/
[19]https://www.cnbb.org.br/pre-cop-30/ https://www.cnbb.org.br/wp-content/uploads/test-for-pdf/Declaracao-Final-do-Encontro-da-Pre-COP-30-Leste-4.pdf
[20]https://igrejarumoacop30.org/
[21]Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB)https://crbnacional.org.br/
[22] Cáritas Brasileira, https://caritas.org.br/
[23] Rede Eclesial Pam-Amazônica (REPAM-Brasil), https://repam.org.br/
[24] Movimento Laudato Si’, https://laudatosimovement.org/pt/
[25] Centro Cultural de Brasília,https://www.ccbnet.org.br/
[26]Comissão Justiça e Paz de Brasília, https://www.comissaojusticaepazdf.org.br/
[27]Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (OLMA), https://olma.org.br/
[28]Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), https://www.cnbb.org.br/cbjp/
[29] Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR Brasil), https://sjmrbrasil.org/
[30] Capítulo Brasileiro do Comitê Pan-Americano de Juízes e Juízas para os Direitos Sociais e a Doutrina Franciscana (COPAJU-Brasil), https://copajubrasil.org/
[31]https://www.oabrj.org.br/artigo/cupula-dos-povos-as-lutas-forum-global-92-fatima-mello#:~:text=Talvez%20uma%20das%20diferen%C3%A7as%20entre,Civil%20para%20a%20Rio+20.
[32] https://portal.sbpcnet.org.br/noticias/30-anos-da-rio-92-o-legado-da-maior-conferencia-ecologica-de-todos-os-tempos/#:~:text=%E2%80%9CA%20Rio%2D92%20foi%20um,Meio%20Ambiente%20do%20governo%20brasileiro.
[33]https://radis.ensp.fiocruz.br/reportagem/cop30/cupula-dos-povos-luta-por-justica-climatica/
[34]https://cupuladospovoscop30.org/cop30-cupula-dos-povos-luta-por-justica-climatica/
[35]https://arayara.org/cupula-dos-povos-mobilizacao-global-pela-justica-climatica-ganha-forca-rumo-a-cop30-em-belem/#:~:text=Um%20espa%C3%A7o%20vivo%20de%20resist%C3%AAncia,em%20viola%C3%A7%C3%B5es%20de%20direitos%20humanos.
[36]https://cupuladospovoscop30.org/manifesto/
[37]https://transicaojusta.cut.org.br/belem-recebe-delegacoes-de-todo-o-mundo-e-se-consolida-como-capital-da-justica-climatica-rumo-a-cop-30/
[38]https://cop30.br/pt-br
[39]https://brasilparticipativo.presidencia.gov.br/processes/cop30/f/1302/
[40]https://www.gov.br/povosindigenas/pt-br/assuntos/ciclo-coparente
[41]https://repam.org.br/cop30/cupula-dos-povos-lanca-chamado-global-a-acao-antes-da-cop30-pedindo-marchas-de-solidariedade-em-todo-o-mundo-no-dia-15-de-novembro/
[42]https://cupuladospovoscop30.org/
[43]https://cop30.br/pt-br/noticias-da-cop30/na-assembleia-geral-da-onu-presidente-lula-diz-que-cop30-sera-a-cop-da-verdade