Realizou-se no último dia 1º de setembro, às 19h, no auditório do Centro Cultural de Brasília, mais um encontro do Diálogos de Justiça e Paz. O evento dedicou-se ao tema “Democracia e Participação: Grito dos Excluídos e das Excluídas e o Plebiscito Popular”, com o propósito de refletir e debater sobre os dois movimentos, que se apresentam durante o mês de setembro em várias regiões do país.
O Grito dos Excluídos e das Excluídas é um chamado coletivo para a ação em prol da justiça, dignidade e participação popular. Nessa mesma sintonia, o Plebiscito Popular surge como uma iniciativa conjunta de movimentos sociais, centrais sindicais, juventudes, artistas, entidades de fé e partidos progressistas, com o objetivo de ouvir a população brasileira sobre temas urgentes e pressionar por mudanças essenciais.
Foram convidados para compor a mesa de debate: Deborah Duprat, advogada, Procuradora da República aposentada e referência nacional na defesa dos povos indígenas e dos direitos humanos; e José Antônio Moroni, filósofo, membro da Executiva Nacional do Plebiscito Popular e integrante da Plataforma dos Movimentos Sociais por Outro Sistema Político. A mediação foi conduzida por Ana Paula Inglez Barbalho, Presidente da Comissão de Justiça e Paz de Brasília.
Deborah Duprat iniciou sua fala declarando-se “uma entusiasta da Constituição Federal de 1988”, escrita com o objetivo de construir uma sociedade com igualdade social e livre de dominação, trazendo a participação social e o exercício da cidadania popular para dentro dos espaços estatais e não estatais, tanto nos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, como também nos espaços públicos não estatais. Alertou para o perigo de se estar perdendo esses avanços, principalmente após o golpe de Estado que derrubou a Presidenta Dilma, abriu espaço para o governo neoliberal de seu sucessor e promoveu a ascensão da extrema direita no cenário político brasileiro.
José Antônio Moroni trouxe atualizações sobre o Plebiscito Popular, que definiu como um instrumento criado pelas organizações populares para dialogar com o povo, promovendo formação, educação, organização, mobilização e incidência política. Seu foco atual é a redução da jornada do trabalho sem perda salarial, o fim da escala 6×1 e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até cinco mil reais, iniciativa que seria alcançada com a taxação dos 141 mil brasileiros que ganham acima de 50 mil mensais. Depois de tantas derrotas sofridas, agora o movimento “precisa ter vitórias para animar a militância”, conclamou. Informou que a votação para o Plebiscito de 2025 foi aberta entre julho e se encerrará no final de setembro, com mais de 11 mil urnas abertas em todo o Brasil.
Hudson Silva Rodrigues, coordenador da 31ª edição do Grito dos Excluídos e Excluídas, compartilhou informações sobre a origem e os objetivos do evento e as dificuldades que está encontrando em realizá-lo em Brasília. Participaram também do debate: José Geraldo de Souza Júnior, ex-Reitor da Universidade de Brasília; Raimundo Feitoza, do Movimento Democracia Participativa; a estudante Laura, Vice-Presidente Regional da UNE; e Guilherme Delgado, da Associação Brasileira de Reforma Agrária.
O evento foi transmitido ao vivo pelos canais @olmaobservatorio e @CJP-DF no YouTube. O Observatório Nacional de Justiça Socioambiental (OLMA), a Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), a Comissão de Justiça e Paz de Brasília (CJP-DF) e o Centro Cultural de Brasília (CCB) convidam a todas e todos para a próxima edição, que se realizará às 19h do próximo dia 6 de outubro