Entre os dias 20 e 22 de agosto aconteceu no Centro Cultural de Brasília (CCB), o primeiro encontro da Rede de Promoção para a Justiça Socioambiental em sua nova fase. Foram três dias vigorosos, com análises de conjuntura, estruturação de documentos orientadores da rede, indicadores para o planejamento estratégico (2024-2030), orientações orçamentárias, entre outras atividades.
Os centros e obras que participaram do encontro foram: Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR-Brasil), Centro Alternativo de Cultura (CAC), Preferência Apostólica Indigenista (BRA/PAAM), Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (SARES), Fundação Fé e Alegria (FyA), Centro de Promoção dos Agentes de Transformação (CEPAT), Centro de Estudos e Ação Social de Salvador (CEAS), Centro Burnier Fé e Justiça (CBFJ), Centro Santa fé e Observatório Nacional de Justiça Socioambiental (OLMA), e as diretorias de Assistência Social das mantenedoras ANEAS e ASAV.
Todas as instituições conduziram o encontro de forma partilhada sob o seguinte tema: “Ver novas todas as coisas, em tudo amar e servir” e de acordo com o lema: “Para onde nos conduz o espírito?”.
Durante os dias do encontro os participantes foram acolhidos com místicas e momentos de espiritualidade, preparando e conduzindo o espírito para as atividades, resgatando e alinhando os pontos principais desta caminhada. Como objetivo central, tal encontro buscou validar o Planejamento Estratégico da Rede de Promoção para a Justiça Socioambiental da Província dos Jesuítas do Brasil para o período entre 2024 e 2030. O documento reconfigura a estrutura atual em diferentes níveis e atores. Aborda o cuidado com a Casa Comum, o acompanhamento dos jovens na criação de um futuro esperançoso, o caminhar com os pobres e a espiritualidade inaciana, enquanto elementos centrais das ações estratégicas a serem desenvolvidas pela rede nos próximos anos, em busca da justiça socioambiental.
Entre as grandes novidades, passa-se a constituir uma Comissão que possui a atribuição de apoiar o Secretário na animação, condução, orientação e acompanhamento da RPJSA, não cabendo mais esta tarefa de articulação ao Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (OLMA), conforme se vinha atuando ao longo dos últimos oito anos.
O Secretário para a Rede Socioambiental, pe. Jean Fábio, SJ. Deu início ao I encontro da RPJSA contextualizando o histórico deste percurso, iniciado desde 2021, e sendo finalizado pelo Grupo de Trabalho instituído a partir de agosto de 2023.
Logo em seguida, Chico Botelho, representante da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP) foi convidado para falar sobre “Democracia e Eleições um panorama estratégico”, e a apresentação deu início aos debates. De forma ampla, trouxe reflexões sobre temas históricos da realidade sociopolítica e serviu de parâmetro para o diálogo coletivo e a realidade dos Centros e Obras.
Após a apresentação, Nélia Nascimento, representante do CEAS, conduziu a mediação do diálogo sobre como é possível enxergar o cenário sociopolítico atual a partir de seus próprios territórios: “Como centros sociais tem percebido e se envolvido no contexto das eleições e na defesa da democracia. Que vozes/gritos urgentes trazemos de nossas realidades?”. Tais questões geraram um profícuo diálogo sobre um alinhamento geral da RPJSA em contexto de eleições, sempre em defesa da democracia, dos princípios republicanos e do estado democrático de direito.
Na sequência Pe. Jerfferson Amorim sj, apresentou o modo de proceder na incidência política sob a visão inaciana, falou sobre como o trabalho de advocacy e a investigação devem servir os pobres e aqueles que trabalham na proteção do meio ambiente. Tal momento deu continuidade a u processo já iniciado em 2024 de alinhamento geral da rede também sobre temas e estratégias no âmbito da incidência política.
Superadas as pautas relacionadas a democracia, as eleições e a incidência a reunião avançaram sobre o tema orçamentário, recebendo a participação virtual do Irmão Sócio da Província, Eudson Ramos sj, que apresentou elementos referentes a orçado e o realizado de cada obra que compõem a RPJSA. O momento também serviu de diálogo para trocar informações e perspectivas sobre o momento orçamentário da Província e o planejamento orçamentário de 2025. Tais diálogos e orientações foram aprofundadas, posteriormente, entre o Secretário para a Justiça Socioambiental e os participantes da referida reunião.
Parte-se agora para consolidação do documento oficial de Planejamento estratégico da RPJSA e a operacionalização concreta das novas formas de proceder desta rede. O Encontro foi constituído por um grande senso de coletividade e harmonia, com a sensação, entre os participantes, de efetivamente estarem se consolidando novos ares e nossas dinâmicas. Ressaltaram-se também a relevância da adesão oficial da Fundação Fé e Alegria neste coletivo, a participação mais efetiva do Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados e do grupo de indigenistas, assim como do qualificado trabalho de escuta e construção coletiva proferido por parte do Secretário para a Justiça Socioambiental que completará um ano na função.
“Ver novas todas as coisas, em tudo amar e servir.”
Brasília, agosto de 2024.