Nos dias 27 a 30 de novembro, aconteceu o Seminário Nacional do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental – FMCJS, o evento reuniu representantes de todos os biomas, de forma híbrida, presencial e virtual, no Centro de Formação Vicente Cañas – CIMI, em Luziânia (GO).
O FMCJS é uma rede de organizações da sociedade civil brasileira que tem como missão criar oportunidades para que as pessoas e entidades conheçam as causas do aquecimento global e ajam para superá-las.
O OLMA foi representado por Isabelle Ribeiro, analista social do OLMA, que teve o papel de coordenação/execução do Seminário e GT de escrita de documento do FMCJS para Governo de Transição.
No cenário de transição de governo, durante o seminário, Isabelle e outros membros do FMCJS se reuniram para escrever as principais questões das mudanças climáticas e da justiça socioambiental (na perspectiva do FMCJS). O documento foi apresentado em reunião e enviado para o GT Meio Ambiente. No documento, saúdam os trabalhos do Gabinete de Transição Governamental e apresenta 10 propostas para o próximo governo do Presidente Lula para incluir o tema das mudanças climáticas em suas ações de políticas públicas.
Confira agora os principais temas debatidos no Seminário e as propostas apresentadas:
TEMAS
- Particularidades de cada bioma brasileiro diante das mudanças climáticas
- A realidade nacional e mundial a respeito das mudanças climáticas
- Interações entre economia e mudanças climáticas
- Os impactos do Acordo Brasil-Mercosul
PROPOSTAS:
- Realização, já em 2023, de uma grande Conferência Nacional sobre Mudanças Climáticas e uma Conferência Nacional Infanto-Juvenil sobre a mesma temática, como processo de sensibilização, educação e discussão deste tema pela população brasileira, bem como de proposição de ações e revisão da política nacional de mudanças climáticas.
- Adotar o respeito aos direitos da natureza em todas as políticas e ações federais e propor uma Emenda Constitucional que reconheça formalmente a natureza como sujeito de direitos.
- Estabelecer e efetivar um plano nacional pelo desmatamento zero, um plano nacional para a recriação de florestas e um plano nacional de prevenção e combate aos incêndios criminosos.
- Efetivar a Política Nacional de Enfrentamento aos Processos de Desertificação, promovendo a atualização e efetivação do Plano Nacional de Combate à Desertificação e entendendo e reconhecendo este como um problema de todos os biomas brasileiros.
- Criação de uma política nacional de recuperação e proteção de nascentes, córregos e rios brasileiros, garantindo corredores bioculturais e adotando uma moratória de construção de empreendimentos hidrelétricos nos mesmos.
- Suspender as que já foram concedidas e não conceder novas autorizações, concessões públicas e licenças ambientais a empreendimentos energéticos, de mineração, transportes, e quaisquer outras sem a devida consulta e consentimento prévio, livre e informado às comunidades afetadas.
- Adotar uma política nacional de efetiva redução do uso dos combustíveis fósseis na matriz energética brasileira, com uma moratória da exploração de novos poços de petróleo e gás e eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis.
- Abandonar o uso da energia nuclear, uma falsa solução às mudanças climáticas, com o descomissionamento das usinas de Angra 1 e 2 e a não conclusão de Angra 3.
- Ratificação pelo Governo Brasileiro do Acordo de Escazú, com a sua efetiva implementação nas políticas nacionais.
- Criação do programa Minha Casa Solar, como grande programa federal de incentivo à geração própria e descentralizada de eletricidade pelas pessoas e famílias brasileiras a partir da energia solar fotovoltaica, com a meta de pelo menos um milhão de sistemas descentralizados por ano de governo.
Para mais informações acesse o documento na íntegra.