O OLMA promove no próximo dia 29 de junho, sábado, o seminário “Monopólio da Mídia e interdição do debate público”. O tema não poderia ser mais atual, haja vista as recentes revelações do site The Intercept e a repercussão do caso pela chamada mídia corporativa. Para o evento foram convidados a jornalista Helena Chagas, editora do site Os Divergentes e ex-ministra da Secretaria de Imprensa da Presidência da Republica e Laurindo Lalo Leal, professor de Comunicação da USP e autor do livro A Mídia Descontrolada – Episódios da Luta Contra o Pensamento Único, com publicação do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.
Passados trinta anos de vigência da Constituição de 1988, o seu capítulo que trata da Comunicação Social (artigos 220 a 224) é exemplo ímpar da não regulamentação no sentido expresso no seu texto, qual seja o de estabelecer critérios de controle social contra os monopólios e oligopólios às concessões de radiodifusão, por um lado, e de avaliação sobre os recomendáveis critérios de pluralismo ideológico, cultural, regional etc. na difusão dos programas de rádio e TV. Nada disso vigora e em seu lugar tem-se a autorregulação do próprio setor empresarial (ABERT).
Não por acaso esse setor passou a pautar ideologicamente o conjunto da sociedade, mediante campanhas orquestradas, explícitas, por um lado até para derrubar Presidentes; e outras tantas de bloqueio sistemático do debate público, por outro, sobre questões de interesse do conjunto da sociedade (Reforma da Previdência, Política Agrária, Política Econômica, dentre outros; com óbvio bloqueio à própria regulamentação dos meios de comunicação.
Tal concentração de poder absoluto em setor chave à efetivação da liberdade de expressão, conspira ostensivamente contra pilar fundamental do Estado democrático e precisa evidentemente de explicitação e correção, sob risco de graves consequências à vida social.
Sobre todos estes temas a chamada mídia corporativa mantem preponderantemente uma conduta de interdição ao debate público político e os apresenta à esfera pública no formato de ‘pensamento único’. Há evidentemente um ou mais sujeitos ocultos subjacentes a essa conduta, que precisam ser trazidos à luz. Isto porque interdição de debate público político conduz a outro tipo de epidemia social- à cegueira ética, porta de entrada às muitas malignidades tramadas por grupos de interesse, à margem da consciência cidadã.
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