Câmara dos Deputados
Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher – CMULHER
Anexo II, Plenário 04, 20 de Novembro de 2018. Início: 15:21, término 17:28.
Primeira Mesa:
Rosália de Oliveira Lemos (Rede das Mulheres Negras do Rio de Janeiro) iniciou o seminário dizendo que as classes dos educadores está sendo perseguida por causa do projeto Escola Sem Partido. Ela também afirmou que a história da Irmandade da Boa Morte foi apagada, de modo que não se fala da resistência dessas mulheres na época da abolição. Relatou também como é grave a perda da vereadora Marielle Franco e como ela foi importante para o aumento de mulheres negras eleitas para cargos políticos, expondo que estas ganham bem menos financiamentos do que qualquer homem ou mulher branca. Por fim, terminou sua fala abordando a diversidade das pautas dos movimentos negros e relatou as formas de opressões contra o povo negro.
Dulce Pereira (Executiva Nacional do Encontro Nacional de Mulheres Negras 30 anos: contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver) iniciou falando sobre o Encontro de Mulheres Negras, afirmando que o evento promove a rearticulação das mulheres negras para o combate às violências sofridas pela população negra. Defendeu ainda que o Encontro das Mulheres Negras é um importante espaço de articulação para os ganhos de direitos do povo negro e argumentou que esse encontro é feito com muita diversidade, diálogo e tolerância, considerando a proporção da distribuição negra dos estados, de mulheres por estado e de comissões estaduais para assim chegarem a um número proporcional por região. Terminou sua participação questionando como a ação territorial pode interferir para a transformação dos problemas que atinge o povo negro e como será pautada a segurança das mulheres negras.
Jackeline Silva (Cientista Social/Coletivo Pretinhas) disse que a principal pauta do seu coletivo é desenvolver estratégias para o autocuidado das mulheres negras. Relatou que um grande número de mulheres negras se encontra em situação de vulnerabilidade social, de violência física e emocional, sendo fundamental que o coletivo esteja preparado para recebê-las. Também ressaltou a exclusão dos jovens negros e o encarceramento e o genocídio que os atinge. Expôs que as mulheres negras precisam construir estratégias de autodefesa e terminou dizendo que é fundamental o diálogo e a participação das mulheres quilombolas.
Segunda Mesa:
Jackeline Silva (Cientista Social) iniciou sua participação respondendo à Margarete sobre as ações para vivência das mulheres negras nos próximos anos. Ela afirmou que as estratégias serão o auto cuidado e o auto afeto, de mulheres negras para mulheres negras, respeitando a sua cultura, estudando e compreendendo a política, além de estudar e aprender com os mais velhos.
Rosália de Oliveira Lemos (Rede das Mulheres Negras do Rio de Janeiro) iniciou falando que é necessário perceber e tentar potencializar as características boas de cada mulher. Ela também denunciou que algumas políticas públicas se iniciam, mas não têm continuidade.
Por fim, a Deputada Benedita da Silva (PT/RJ) agradeceu a todas as mulheres que estavam na comissão e reafirmou a necessidades de serem ouvidas. Defendeu ainda que as mulheres negras precisam ser ativistas, ocupando todos os lugares. Agradeceu também à Secretaria das Mulheres e ressaltou que o seminário é uma fonte de inspiração para continuarem a lutar e colaborar umas com as outras.