VII Seminário de Observatórios

O VII Seminário Observatórios: pesquisas, instituições e sociedade nas tramas de crise, dá sequência à tematização de interesse de um coletivo de Observatórios com atuação no campo social comprometidos com a organização e democratização das informações, assim como com a afirmação de políticas públicas no contexto da sociedade contemporânea. O evento de 2017, promovido pela Rede de Observatórios, propõe o aprofundamento teórico-prático sobre o protagonismo dos Observatórios como instâncias de informação, formação e controle social.
Objetivo geral
Analisar transdisciplinarmente os desafios e as potencialidades dos observatórios, em meio às relações com a pesquisa, com as instituições e com a sociedade no contexto das tramas das crises contemporâneas.

Veja a programação como foi: http://www.unisinos.br/eventos/vii-seminario-observatorios-pesquisas-instituicoes-e-sociedade-nas–ex123035-00001

Confira as apresentações de trabalhos: https://www.youtube.com/watch?v=AgSJz5x2s-U

Veja o Painel principal: A sociedade nas tramas da Crise: https://www.youtube.com/watch?v=AgSJz5x2s-U

Veja a Sistematização Final onde o OLMA foi chamado a colaborar: https://www.youtube.com/watch?v=AgSJz5x2s-U

VII Seminário de Observatórios: Pesquisas e instituições nas tramas da crise

Colaboração a Síntese Final

Após dois dias de intensas trocas e debates a respeito dos projetos e ações desenvolvidos pelos 12 observatórios aqui reunidos com diferentes enfoques, frente aos atuais processos de crise políticos, econômicos e administrativos do país, podemos sistematizar que:
1. Apesar da crise vigente os Observatórios seguem anualmente crescendo em quantidade e qualidade, superando uma postura estagnada de queixa percebida em outros setores e movimentos da sociedade, apresentando respostas criativas e propositivas que reafirmam, a cima de tudo, seu compromisso com a democracia e os princípios republicanos.
2. Tais respostas desdobram-se na afirmação de seus compromissos com a lei de acesso a informação, dando espaço de voz e manifestação para a sociedade, assim como no desejo em subsidiar gestores e políticas públicas para que desenvolvam suas ações de maneira mais assertiva com as expectativas e necessidades da sociedade.
3. Apesar desta ousada, autônoma e propositiva perspectiva de ação por parte dos Observatórios, não podemos negar que eles também são cotidianamente afetados pela crise atual, acarretando em estruturais fragilidades institucionais que, em última análise, fragilizam também seus serviços prestados.
4. Tais fragilidades mostraram-se evidentes principalmente na diminuição de recursos humanos de nossas equipes e na inexistência de linhas de financiamento específicas para os observatórios, sejam elas através de políticas públicas ou editais de fundações de apoio nacionais e internacionais.
5. Esta fragilidade traz como uma das principais consequências a fragmentação da própria Rede de Observatórios, que encontra dificuldades em construir processos colaborativos de planejamento, execução e avaliação. Esta fragmentação, em primeiro lugar, demostra-se na pouca eficiência de nossos processos internos de comunicação, fazendo com que poucas vezes, as ações e projetos desenvolvidos por um observatório cheguem ao conhecimento dos demais.
6. Frente a isto, se avaliou a necessidade de refletirmos sobre a consolidação de alguma ferramenta que nos permita mais fluidez na comunicação interna e externa, tornando a conhecer entre pares e para a sociedade como um todo, tais ações que vem sendo desenvolvidas por cada Observatório. Este ponto constituirá pauta de debate e deliberação de nossa próxima reunião, a ser realizada dia 05/12 ás 14h no ObservaSinos, em São Leopoldo.
7. Ademais, como resposta em apoio contra o processo de degradação do patrimônio e do conhecimento público, através da aniquilação de algumas instituições que representam a produção de um conhecimento comprometido com a realidade e as demandas da população, característica eminente da crise em que vivemos, foi deliberado um grupo de trabalho para escrita de uma Carta de Protesto contra a preposição do governo de estado de extinção da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (FEE).
8. Ao final deste encontro, foram também apontados alguns elementos que podem auxiliar na definição do tema do próximo Seminário de Observatórios em 2018: Eleições e processos democráticos; Desigualdade Social, Socioeconômica e Socioambiental; Novas caracterizações das políticas púbicas. Citou-se como estratégia convidar alguns gestores ou ex- gestores que tenham utilizado os conhecimentos dos observatórios para a realização de suas ações quando a frente de cargos públicos representativos.
9. Ademais, despontou o interesse em realizarmos uma atividade ainda no primeiro semestre de 2018, que trate sobre aspectos técnicos e metodológicos referentes a construção e o uso de indicadores e as políticas públicas.
10. Por fim, algumas pistas interessantes forma citadas, em prol da continuidade destas respostas criativas e propositivas dos Observatórios frente ao cenário de crise: buscar dar enfoque ao estudo das condições e desafios dos servidores públicos e das pautas debatidas e deliberadas, assim como as dinâmicas de funcionamento, dos Conselhos Municipais em seus mais deferentes enfoques.
Fica a certeza da importância dos serviços prestados pelos mais distintos Observatórios, garantindo reflexões e conteúdos profundamente vinculados com as necessidades específicas das mais diferentes populações, principalmente aquelas em situações de vulnerabilidades sociais, ambientais e econômicas; no acompanhamento crítico frente a implementação das políticas públicas e nas possiblidades de que estas sejam mais assertivas em suas perspectivas de ações frente as necessidades da sociedade. Serviços estes, fundamentais na consolidação do Estado Democrático de Direito, levando em conta os riscos ofertados pelas tramas da crise atual.
Luiz Felipe Lacerda
Psicólogo, Doutor em Ciências Sociais,
Secretário Executivo – OLMA
Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida
olma@jesuitasbrasil.org.br

03/11/2017