O que é ser homem? O que é ser mulher?
Seja qual for a resposta, ela será sempre incompleta, porque somos sempre seres em estado de vir-a-ser. Somos seres em construção. Construção coletiva, no mundo e na história. Mas seja qual for a resposta, ela terá que considerar nossa sexualidade. Somos em nossa sexualidade, e nossa sexualidade nos tem.
Somos enigmas de nós mesmo, por isso, com razão se diz, contemporaneamente, que o ser humano é animal hermenêutico, interprete de si mesmo. Dentro da gama de interpretações, podemos reconhecer-nos seres de fragilidade; o homo sapiens, espécie vulneral, pede hoje uma antropologia de sua fragilidade. Uma filosofia do humano terapêutica e dialogante: diagnostico e diálogo ao serviço da humanização da humanidade. Como herdeiros de uma tradição racional, vemo-nos obrigados questionar-nos frente à nossa incapacidade comunicação e possibilidade de autodestruição. Espécie vulnerável, assim é o ser humano, capaz de exclusão e marginalização de seus congêneres, em todas as dimensões da vida, social, cultural, eclesial…
Urge refletir, assimilar e agir em relação à uma nova abordagem do que somos e para quem somos. Para além de qualquer ideologia, importa resgatar aquelas palavras seminais que tão bem podem orientar nossa práxis cristã, “não há judeu ou grego, escravo ou livre, homem ou mulher, porque todos vós sois em Cristo Jesus” (Gal 3, 28).